Caixa prevê dobrar recursos para crédito imobiliário com abertura de linhas referenciadas no IPCA

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Por Mateus Maia

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BRASÍLIA (Reuters) - A Caixa Econômica Federal prevê dobrar o volume de recursos que disponibiliza para financiamento imobiliário, podendo chegar a até 100 bilhões de reais por ano, quando passar a operar também com linhas referenciadas no IPCA e usando a tabela Price.

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Ao anunciar nesta quarta-feira uma redução das taxas de juros para linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o uso do IPCA como referência permitirá que o banco capte mais recursos no mercado.

“Hoje fazemos cerca de 50 bilhões de reais de financiamento imobiliário por ano; usando o IPCA nós poderemos securitizar títulos e dobrar esse volume”, disse Guimarães a jornalistas.

Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria do país, a Caixa hoje usa recursos da caderneta de poupança como funding para seus empréstimos, mais TR. Na prática, o banco acaba praticando taxas acima de 10% ao ano. O banco, nesses empréstimos, usa sempre a tabela SAC, metodologia na qual as primeiras prestações são mais altas, mas o juro total pago no financiamento é menor.

Nesta tarde, o banco anunciou a redução de até 1,25 ponto percentual na taxa cobradas nestas linhas. Com isso, passará a cobrar de 8,5% a 9,75% ao ano. As novas taxas entram em vigor no dia 10 de junho.

Dentro de duas semanas, a Caixa deve lançar a nova linha, com uma taxa de cerca de IPCA mais 4% ao ano, o que levaria a uma taxa anual ao redor de 8%. O banco usará a tabela Price, em que as primeiras parcelas são menores, mas o juro total no empréstimo é maior.

“Não vamos substituir uma pela outra, mas dar a escolha para o tomador”, disse Guimarães. “Por que a Caixa tem que escolher？ É melhor deixar os clientes escolherem.”

A Caixa também anunciou nesta quarta-feira um programa de regularização de dívidas de financiamento imobiliários, destinado para cerca de 600 mil clientes. Entre outras opções, o programa permite o uso do saldo de conta vinculada do FGTS para reduzir o saldo da prestação.

Segundo Guimarães, a Caixa tem cerca de 10,1 bilhões de reais em contratos em atraso, o que equivale a cerca de 11% do estoque de financiamento imobiliário do banco. Com o programa, espera recuperar já neste ano entre 500 milhões e 1 bilhão de reais.